A Gestão de Mudanças Organizacionais é a disciplina que apoia as pessoas e as organizações na transição do estado atual para o estado o futuro.
Mudar naturalmente traz consigo muitos desafios. Além disso, nós carregamos ainda uma clara percepção no nosso inconsciente coletivo, de que as mudanças representam um forte estado de risco e desconforto. Isso tem a haver com a própria história da humanidade.
No passado, quando o homem surgiu na terra e se organizava em pequenos grupos, ele era basicamente caçador e coletor, vivendo o tempo inteiro com o estado de incerteza. Ele matava um animal hoje e não sabia quando ia ter novamente uma alimentação para a sua população. Sendo inclusive muitas vezes forçado a mudar de área buscando novas regiões para que se mantivessem vivos.
Assim que o homem dominou a agricultura e a pecuária, ele pôde se estabelecer nos primeiros assentamentos e logo sentiu necessidade de protegê-los construindo muros e criando estratégias de proteção dessas cidades. Ao longo dos anos, isso foi cunhando um entendimento de que se ficarmos dentro dessa região, teremos segurança e tranquilidade.
Hoje esses muros não existem mais fisicamente, mas são muros que fazem parte dessa nossa percepção, são muros psíquicos que ainda compõem o nosso inconsciente coletivo. Eles estão presentes na nossa vida com a ideia de que toda vez que eu tenho que deixar a minha zona de conforto e adentrar ao novo e ao desconhecido, eu tenho uma certa percepção de risco e vulnerabilidade, que pode ser maior para algumas pessoas é menor para outras. Mesmo que seja uma mudança que você desejou muito ou sonhou, sempre há um período de adaptação natural e de ajuste a qualquer coisa nova que nós vivemos.
Percebo que às vezes a gestão de mudança gera nas pessoas a impressão de ser uma abordagem muito lúdica ou motivacional. Mas a verdade é que ela é muito mais que isso. Em outros casos, alguns dizem quando vão defini-la, é que “gestão de mudança é tratar dos impactos organizacionais” ou então “ah, é tratar dos impactos, cuidar da comunicação e treinar as pessoas”. Todos esses pontos são muito importantes, porém esses são os aspectos operacionais que a compõem.
Na verdade, a orquestração de uma boa gestão da mudança, começa com um plano estratégico bem definido. Um período que você vai:
- Avaliar todas as condições
- Listar quem são os seus stakeholders
- Comunicar claramente qual é a visão desse estado futuro que a organização estará
- Dizer por que essa mudança é importante
- Qual o seu propósito
- O que será feito
- Que impactos que estarão por vir
- Que cultura organizacional é essa que será afetada pela mudança
- E que estrutura organizacional para esse projeto pode ser mais adequada
A gestão da mudança deve ser uma composição bem estruturada de boas práticas, ferramentas e de metodologia. Tudo isso deve ser feito sempre pensando no objetivo maior, que é conseguir um alto engajamento. Ou seja, uma conexão humana de cada um com aquilo que está sendo proposto.
“Gerir a mudança é humanizá-la”.
Vicente Gonçalves (HCMBOK)
A sensibilidade dos líderes que estão envolvidos com a mudança ao tomar uma posição empática e compreender a dor do outro é fundamental nesse processo. Aquilo que afeta o outro, não necessariamente está me afetando. As dores, as inquietudes e as angústias de cada um são muito particulares e elas precisam ser compreendidas para que possam ser bem endereçadas. Só assim será possível assumir uma abordagem adequada e que seja transformadora na organização a ponto de apoiá-la nessa transição, implementando o novo estado esperado. Seja ele em relação à produtividade, à lucratividade, à rentabilidade, ou mesmo, à longevidade da companhia.
Artigo escrito por: Ana Luiza Kimura